domingo, 30 de junho de 2013

Gordon Finest Copper

Gordon Finest Copper
Produzida pela cervejaria belga Anthony Martin, esta cerveja, apesar do "copper" no nome,  se apresenta com a coloração dourada escura do que propriamente cobre. A espuma é de ótima formação e se mantém consistente até o final da degustação.

O malte sobressai no aroma, trazendo notas de grão, leve caramelo. Percebi também um pouco de ameixa, passas. O lúpulo se faz pouco presente. Conforme a cerveja esquenta um pouco mais nota-se o álcool.

No paladar nota-se mais claramente o malte, com leve dulçor. Percebe-se também um pouco de fermento, mas ainda assim nada marcante. O amargor é médio-baixo. 

De corpo e carbonatação médias, a cerveja é aveludada, e deixa um retrogosto curto e doce. Um leve amargor pode ser notado. 

Apesar de classificada como uma Belgian Blond Ale, não há notas aromáticas frutadas ou condimentadas no aroma, como pede o estilo, além da cor fugir ao nome do rótulo, por isto, este rótulo fica aquém da maioria das cervejas belgas.

Estilo: Belgian Blonde Ale
Teor alcoólico: 6,6% ABV

terça-feira, 25 de junho de 2013

Bodebrown Cerveja do Amor

Essa cerveja feita pela Bodebrown em Curitiba/PR segue uma tradição belga de adicionar frutas em cervejas.

O fabricante classifica como uma Tripel adicionada de amoras, o que faz dela uma fruit beer e claro, ela tem uma história.

Ela se chama Cerveja do Amor e o rótulo apresenta a imagem do amor de Píramo e Tisbe, uma amor proibido pelas suas famílias, o que levou a fim trágico e a origem das amoras vermelho-escuras como conhecemos hoje.
A história deles é bastante conhecida, sendo com certeza a fonte de inspiração de histórias de amor trágico como Romeu e Julieta, mas o que importa aqui é que o rótulo é de fato uma obra de arte.

A cerveja por sua vez é interessante, possui um elevado teor alcoólico (8%) e uma coloração bastante interessante.

Aparência: a cerveja apresenta uma coloração avermelhada, e uma espuma de coloração branca que se manteve como um filme sobre a bebida.

Aroma: conforme se espera de uma fruit beer, o aroma de fruta é presente, mas é bastante difícil identificar como amora, mas sem dúvida a presença de fruta está lá.

Sabor: a acidez da amora surge na boca, seguida do sabor característico de frutas vermelhas e algumas notas picantes de fermento belga, a cerveja é seca, sem presença de lúpulo. Corpo leve, e alta carbonatação.

Final: final seco e por isso mesmo fácil de ser bebida.

Cervejas com frutas são bastante controversas, para os fãs da lei da pureza Alemã uma heresia, mas para os Belgas, uma diversão e essa cerveja é divertida, como um vinho frisante em um dia de calor e talvez essa seja a melhor comparação. O álcool apesar de ser elevado, está bem incorporado na bebida, sendo fácil esquecer que ele está lá.

domingo, 23 de junho de 2013

Brooklyn Brown Ale

brooklyn brown ale
Entre as cervejas que eu poderia escolher para fazer minha estreia aqui no blog, acabei optando por uma da Brookyn Brewery. As cervejas desta cervejaria nova-iorquina, cujo mestre-cervejeiro é nada menos que Garrett Oliver, acabaram se tornando uma das minhas preferidas.

A Brooklyn Brown Ale possui  coloração marrom com reflexos avermelhados. A espuma bege, é de boa formação e o creme apesar de raso, é duradouro.

No aroma sobressaem-se notas de malte tostados, de pão, e com presença de caramelo. Não menos presente, aparecem notas herbáceas do lúpulo. Aroma de café, muito leve, sendo encoberto pelas demais notas.

Na boca, a cerveja é aveludada, com média carbonatação e corpo. Sobressaiu sabores vindos do malte, de tosta. Praticamente não se nota o amargor do lúpulo. 

No final, predomina uma secura, mas não muito longa. Enfim, uma cerveja bem equilibrada e fácil de beber. 

Estilo: American Brown Ale
Teor alcoólico: 5,6% ABV

terça-feira, 18 de junho de 2013

Old Tom Chocolate

Olá, a cerveja de hoje é a Old Tom com Chocolate produzida no Reino Unido, ela tem 6% de álcool, essa cerveja é de acordo com as informações de rótulo, a Old Tom Ale, adicionada de chocolate.

Como informação adicional, a Old Tom foi eleita a melhor cerveja Ale do mundo no ano de 2009 pela World Beer Awards, o que sem dúvida pede o nosso respeito.

A primeira vez que vi a cerveja Old Tom, foi durante o meu curso de formação como Sommelier de Cervejas pelo SENAC Doemens e confesso que dentre tantas cervejas que foram degustadas ao longo do curso a Old Tom teve um lugar especial na minha memória gustativa.

Por isso tão logo encontrei a versão adicionada de chocolate, eu tinha que comprar para experimentar, segue abaixo a minha avaliação e em breve teremos a avaliação da Old Tom (sem chocolate).

Aparência: com uma coloração castanha escura e uma espuma em um tom de bege, a cerveja apresenta alguma turbidez a frio e uma espuma de boa formação, mas que vai embora enquanto se bebe deixando apenas um filme.

Aroma: como esperado o chocolate está presente no aroma, mas junto com notas aromáticas de maltes tostados (melado e caramelo).

Sabor: ao contrário do que se esperaria, o chocolate não é o que primeiro se sente, a minha primeira sensação foi uma doçura de malte seguida de um amargor típico da torrefação do cacau, o final é de chocolate (delicado, mas presente).

Final: assim como a última, essa cerveja apresenta um final seco, sem ser adstringente e esquenta a boca pela presença do álcool, porém sem prejudicar a bebida.

Ao contrário do que seria esperado essa cerveja não é puro chocolate, é agradável para ser bebida e sem dúvida um excelente par para sobremesas à base de chocolate e caramelo, a versão sem chocolate é mais interessante, mas essa cerveja ainda é bem legal.
O aroma sem dúvida é o principal nessa bebida, mas ao contrário de algumas cervejas que encontramos por aí, o sabor não te decepciona.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Cervejas de Mosteiros Trapistas


Mais cedo essa semana escrevi sobre a Chimay Blanche, uma cerveja feita na Abadia de Scourmont, mas o que isso significa?


Os monges que vivem nessa abadia e em outras espalhadas pelo mundo, fazem parte da Ordem Cisterciense da Estrita Observância, que se dedica inteiramente à contemplação, segundo a Regra de São Bento.

Os monges da Ordem também conhecidos como monges Trapistas, abdicam de toda a sua vida pessoal, vivendo em uma comunidade com uma alma e um coração (conforme estatuto próprio http://www.ocso.org/)  onde os trabalhos e aflições são de todos e buscam através do trabalho e oração atingir o nível máximo de aproximação com Deus, vivendo baseados no "Ora et labora" ou Oração e Trabalho, esse trabalho é para eles uma forma digna de obter o que é necessário para a manutenção do mosteiro.

Sendo o trabalho uma parte da vida do monge Trapista, a produção de alimentos para serem consumidos pelos monges e monjas sempre foi um trabalho de extrema importância, assim, sendo eles monges, fizeram o que sempre fizeram, acumular o conhecimento, registrando e documentando a produção determinados alimentos e aqui não devemos esquecer na idade média, a cerveja era um alimento essencial.
A produção tinha como objetivo alimentar a Ordem e o excedente era distribuído aos necessitados ou vendido, a Abadia de Scourmont por exemplo além das cervejas produz queijos, assim como outras ao redor do mundo que produzem diversos produtos que permitam obter sua subsistência.

Ao longo do tempo porém, essas cervejas se tornaram famosas em especial devido ao trabalho feito por Michael Jackson em redescobrir as grandes cervejas da Bélgica e criar muito do que temos como estilos cervejeiros hoje, esse trabalho também fez com que a cerveja de mosteiro fosse um símbolo de qualidade o que levou à criação de um selo que permite o uso da denominação "Trappist Product" (a figura que decora o texto).

As abadias que produzem cervejas que podem receber o selo são 6 na Bélgica (as traduções dos nomes são minhas...):
- Achel (Abadia de São Benedito de Achel)
- Chimay (Abadia de Notre-Dame de Scourmont)
- Orval (Abadia de Notre-Dame de Orval)
- Rochefort (Abadia de Notre-Dame de Saint-Rémy)
- Westmalle (Abadia de Nossa Senhora do Sagrado Coração)
- Westvleteren (Abadia de São Sixtus)
E na Holanda:
- La Trappe (Abadia de Nossa Senhora de Koningsheoven)

Ao todo são 175 mosteiros trapistas, e apenas 7 podem usar a denominação em suas cervejas. Sem dúvida a experiência e o cuidado que os monges colocam em suas cervejas fez com que algumas dessas cervejas se tornassem quase lendas entre os cervejeiros como a Westvleteren 12 tida como a melhor cerveja do mundo no ranking do Rate Beer, se de fato elas são as melhores cervejas do mundo vai depender do seu gosto pessoal, mas com certeza são uma aula de história.

Recomendo fortemente o livro "Brew like a monk" que fala um pouco sobre essas cervejas e sua história.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Chimay Blanche

Continuando com as cervejas, essa semana temos uma de respeito, produzida na Abadia de Scourmont, a Chimay é feita em três estilos, sendo a "branca" a tripel.

Os mais puristas e fãs da lei da pureza podem não gostar do fato dessa cerveja ter açúcar em sua composição, mas sem dúvida esse é um dos segredos dela ser tão agradável para ser bebida, com um corpo na medida ideal.

A Chimay Blanche tem 8% de álcool por volume o que sem dúvida pede o nosso respeito pela cerveja, mas devido ao seu equilíbrio esse álcool pode passar despercebido pelos bebedores mais afoitos.
A taça é um charme à parte, com um pequeno gerador de espuma que mantém a sua cerveja sempre como se tivesse acabado de ser colocada no copo.

Na minha opinião, a riqueza aromática é tão complexa que deixar de pelo menos tentar escutar o que essa bebida tem para nos contar parece um erro,  mas quem sou eu para decidir como você deve beber a sua cerveja.

Aqui vou apenas tentar descrever um pouca da experiência que ela me passou...

Aparência: seria um âmbar claro ou um dourado escuro, uma espuma num tom de bege bem claro, e de excelente persistência (até o último gole).

Aroma: o mais característico conforme a temperatura dela aumenta são o cravo e o frutado (para mim banana), percebi algumas notas herbáceas que são difíceis de serem separadas o que é do lúpulo e o que é do fermento (compostos fenólicos).

Sabor: a presença dos compostos de fermentação, que lembram cravo e pimenta são marcantes, quando a temperatura aumenta esses compostos saltam na boca, baixa presença de malte, apenas como um leve dulçor. Corpo médio/alto e alta carbonatação.

Final: uma cerveja que apresenta um final seco, sem ser adstringente, um pouco quente do álcool e que pede mais um gole e por isso mesmo uma cerveja fácil de beber, mesmo com o elevado teor alcoólico.

A minha opinião é bastante simples, sou um fã das cervejas belgas e essa sem dúvida é um grande "exemplar da raça", as leveduras belgas fazem mágica e nessa cerveja mostram isso claramente (obviamente as centenas de anos de experiência dos monges produzindo essas bebidas ajuda imensamente).

O meu único porém foi ter trazido apenas uma garrafa de cada uma delas para casa, ainda bem que esta pode ser facilmente encontrada em terras brasileiras.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Cerveja Áustria Amber

Olá, faz tempo que não falo sobre cervejas...
Como objetivo pessoal vou escrever uma vez por semana sobre as minhas experiências com essa bebida tão especial.

Comprei essa cerveja em um final de semana com a família, num restaurante em Valinhos chamado "BBQ Steak and Fun".
A cerveja, uma lager puro malte feita em Nova Lima, MG pela Krug Bier, ela é apresentada no site do fabricante como uma Lager tipo Vienês.
Minha avaliação sobre ela:

Coloração: Marrom escura, com raios avermelhados, uma espuma de boa formação e persistência (especialmente no copo de weizen).

Aroma: presença de notas de caramelo e dulçor de malte, sem presença de lúpulo ou notas frutadas.

Sabor: presença marcante do dulçor do malte e notas de caramelo, pouca presença de lúpulo. Corpo leve, com alta carbonatação.

Final: final seco com presença do tostado e ligeiro aquecimento do álcool, pede mais um gole.

A minha opinião é que é uma cerveja interessante, apesar de achar estranha a classificação dada pelo fabricante como uma "Lager tipo vienês", acredito que o objetivo seria uma Vienna Lager, mas o objetivo não é reclassificar a cerveja.
Vale lembrar que o estilo Vienna Lager sofreu muitas modificações, sendo especialmente lupulado em terras americanas, mas não é uma característica de cerveja na sua origem, sendo mais evidenciada a presença dos maltes do tipo vienna e ou munique.

Finalizando uma cerveja interessante que foi uma boa companhia para um churrasquinho em um Domingo, mais uma opção no nosso amplo cardápio de cervejas brasileiras.