terça-feira, 30 de julho de 2013

Mercado de Cervejas Especiais


Uma entrevista para a série Teoria & Prática da FHO-Uniararas sobre as cervejas especiais e o atual mercado brasileiro.


De Molen Op & Top

De Molen OP & Top
Fechando o mês de julho a cerveja avaliada é produzida pela cervejaria holandesa De Molen, localizada em Bodegraven. A Op & Top é uma Special Bitter.

Um destaque para os rótulo das De Molen - todos são no mesmo padrão: clean, PB, mas elegantes. E todos os parâmetros são descritos: graus Plato, EBC e IBU. E todos os maltes e lúpulos utilizados - mais transparência, impossível.

A espuma desta cerveja é espetacular. De cor branca e intensa formação, ela permanece até o final, deixando resquícios na taça.  Daria para comer de colher.

A cor é de um dourado levemente turvo. 

No aroma percebe-se algo doce, muito leve e sobressaem-se as notas cítricas combinadas com  maracujá ou manga provenientes do lúpulo Amarillo.

Apresenta média-alta carbonatação e médio corpo; no paladar o amargor do lúpulo é o destaque. Amargor este que permanece até o final, e contribui para uma cerveja seca. Apesar dos declarados 30 IBU´s, tive a sensação de ser mais, mas não prejudica em nada. 

Aliás, ótimo drinkability - até lembra uma IPA.

#Dica: esta cerveja e outras da De Molen, podem ser encontradas no BeerOnLine

Estilo: Special Bitter
Teor Alcoólico: 4,5% (ABV)

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Badger Golden Glory

Comprei essa cerveja indicada pelo André Marangoni e claro que o logo com o texugo é bastante divertido.

Confesso que os dizeres "Gloriously Peachy" no rótulo inicialmente me pareceram um tanto curioso, mas adianto, ela não tem adição de suco de frutas em sua composição.

Essa cerveja é uma cerveja especial do tipo ale adicionada de flores de pêssego como aromatizante, juntamente com o lúpulo, e sim, ela tem lúpulo.

Aparência: de coloração laranjada (âmbar?), essa cerveja brilha como o sol. Tem a presença de uma linda espuma, mas que não dura no copo.

Aroma: como é esperado, o pêssego é a primeira impressão da bebida, seguida da presença de um leve aroma de fermento.

Sabor: assim como no nariz, o pêssego surge, mas vem seguido de um amargor e um condimentado. Mesmo com a presença marcante do pêssego a cerveja não é enjoativa, a presença do lúpulo equilibra o pêssego.

Final: possui um final amargo e seco, mas não é tão fácil de ser bebida.

A cerveja é bastante interessante e sem dúvida não é uma bebida para todos os dias, mas é uma experiencia interessante.

Estilo: Specialty Beer
Teor alcoólico: 4,5% (ABV)

terça-feira, 23 de julho de 2013

Weihenstephaner Vitus

Weihenstephaner Vitus
Esta cerveja chama a atenção por ser uma weizenbock clara, quando se espera que seja mais escura. Produzida pela Bayerische Staatsbrauerei Weihenstephan - a cervejaria mais antiga do mundo. Surgida em 1040, localiza-se em Freising, ao sul da Alemanha. 

Creme branco muito denso e consistente, coloração dourada. 

No aroma, percebe-se notas de fermento de pão, banana-passa e cravo. 



O paladar acompanha o aroma, e pode-se notar o teor alcoólico superior ao de outras weizen, porém está bem adequado. 

Final levemente amargo e excelente cerveja, fácil de tomar.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Brew Dog 5 a.m. Saint

A cervejaria Brew Dog é conhecida por suas cervejas extremas e com a 5 a.m. não é diferente. Descrita no rótulo como "iconoclastic amber ale", pessoalmente não sei o que eles querem dizer com isso.

É uma cerveja que é feita na Escócia seguindo conceitos muito utilizados pelas cervejarias Norte Americanas, em especial o dry hopping.

Aparência: de coloração âmbar e com a presença de turbidez, a cerveja apresentou uma espuma de boa formação, mas que não ficou no copo até o final.

Aroma: no nariz a primeira impressão é uma nota frutada do lúpulo Americano, lembrando maracujá e abacaxi, alguma percepção distante de malte.

Sabor: na boca, percebemos primeiro o amargor, seguido de uma percepção frutada, onde novamente temos o maracujá. Possui uma alta carbonatação e é leve, fácil de beber.

Final: possui um final amargo e seco,  que pode soar repetitivo, mas realmente pede mais um gole.

É uma cerveja que apresenta muito lúpulo, porém não é muito amarga (ok, conheço muitas pessoas que achariam muito amarga), o diferencial é que como muitos lúpulos são usados na fase fria da bebida temos toda aquela presença dos frutados, mas sem um aumento demasiado do amargor. Talvez seja isso que queiram dizer com "iconoclast amber ale" lupulada sem ser demasiadamente amarga, atacando e derrubando as tradições.

Uma cerveja muito legal, que com certeza já está na lista das minhas preferidas.

Estilo: Amber Ale
Teor alcoólico: 5,0% (ABV)

terça-feira, 16 de julho de 2013

Bavaria 8.6 Special

Bavaria 8.6
Esta cerveja é produzida pela cervejaria holandesa Bavaria Brouwerij. De início chama a atenção a bela espuma que se forma, e se mantém até o final. A cor é dourada, intensa. De início apresentou um pouco de turvação, provavelmente devido à baixa temperatura.

No aroma predominam notas maltadas, remetendo a grãos e também mel. Depois sente-se algo de floral, mas achei bem leve. Nota-se a presença do álcool, potente.

Ao degustá-la, o caráter maltado fica mais evidente e o álcool dá as caras. O amargor do lúpulo está presente, mas é encoberto pelo malte. Média-alta carbonatação com final relativamente curto.

Apesar do álcool não ser tão agressivo, acho que ele desequilibra um pouco, tornando a drinkability desta cerveja baixa e até mesmo um pouco enjoativa.


Estilo: Belgian Blond Ale
Teor alcóolico: 7,9% ABV

domingo, 14 de julho de 2013

Dry Hopping

O lúpulo sempre foi utilizado com o objetivo de aromatizar e conservar a cerveja, ele foi primeiramente adicionado à cerveja pelos monges que perceberam seu efeito como conservante da bebida, mas também porque seu sabor amargo se equilibrava com o sabor maltado.

O lúpulo é um dos poucos ingredientes que tem a sua produção direcionada exclusivamente para a produção de um único produto: cerveja.

A parte usada do lúpulo na cerveja são as flores femininas da planta, que é rica em componentes fenólicos que fazem parte de uma fração óleo e uma fração resina. A fração resina macia é a que possui os componentes chamados alfa-ácidos que são os principais responsáveis pela formação dos compostos amargos na cerveja, digo formação, porque o lúpulo in natura não é amargo, ele possui característica adstringente aliada a aromas frescos, frutados e herbáceos; o sabor amargo é formado durante o processo de fervura da cerveja que modifica os compostos naturalmente presentes (alfa-ácidos) em compostos amargos (iso-alfa-ácidos).

A técnica de dry-hopping, consiste em adicionar o lúpulo na fase fria da cerveja, ou seja após a fervura, durante a fermentação ou maturação, uma vez que a bebida não irá passar por outra fervura, o efeito é de adicionar aromas e sabores típicos de lúpulo fresco, os já citados frutados e herbáceos.

A técnica é muito utilizada no Reino Unido e nas cervejarias artesanais dos Estados Unidos, com certeza uma cervejaria Americana artesanal tem ao menos uma cerveja que use o dry hopping.
Não existe uma regra de como o dry hopping é feito nas cervejarias, sendo normalmente uma extração de 4 até 12 dias de infusão durante as já citadas etapas de fermentação ou na maturação, mas é possível encontrar estudos acadêmicos afirmando que após 7 dias a extração já chegou ao seu máximo.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Achel Blond

A cerveja de hoje é outra cerveja trapista, essa é a Trappist Achel Blond, feita na Abadia de São Benedito.

Por definição é uma Belgian Golden Strong Ale, uma cerveja forte com 8% de álcool (ABV), de coloração dourada e aromas frutados.

Já falei um pouco da história das cervejas trapistas nesse post Cervejas Trapistas, faz algumas semanas, e hoje estamos degustando mais uma dessas cervejas tão especiais.

Aparência: de coloração dourada, como sugere o nome do estilo, com uma espuma de alta formação e duração (ficou no copo o tempo todo), mas é turva, resultado da não filtração da bebida.

Aroma: a primeira percepção no nariz é um frutado, que para mim lembra abacaxi, junto dele uma sutil presença de cravo.

Sabor: na boca, percebemos a nota frutada, seguida de uma nota condimentada (cravo) que deixa no final uma sensação de amortecimento na boca. Apesar do elevado teor alcoólico, essa cerveja possui um corpo leve/médio, o que a torna fácil de ser bebida. Uma excelente companhia para queijos moles como brie e frutas como damasco seco.

Final: possui um final amargo, levemente aquecido, que pede para tomar mais um gole.

Uma cerveja muito interessante, as notas frutadas no aroma não se tornam enjoativas, devido ao final amargo e o álcool está equilibrado, não sendo possível perceber aquela sensação de aquecimento enquanto bebemos.

Estilo: Belgian Golden Strong Ale
Teor alcoólico: 8,0% (ABV)

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Bamberg Caos

Bamberg Caos
Dentre as minhas cervejas favoritas estão as da Cervejaria Bamberg (Votorantin-SP).  A cervejaria é adepta da escola alemã e da Lei da Pureza-Reiheintesgebot

Além das cervejas de linha, a Bamberg sempre se supera com as suas versões sazonais - e um exemplo é a Bamberg Caos, e é esta a primeira cerveja nacional que avalio aqui no blog. 

Além de sazonal, é do estilo Doppelsticke, originário de Dusseldorf e bastante incomum de se encontrar atualmente.


Cor rubi, excelente formação e retenção de espuma.
Aromas de maltados, remetendo a pão, um pouco de fermento. Nota-se algo de amadeirado também.
 
Achei baixa a percepção de lúpulo no aroma.
 
No sabor predomina o maltado e algo de caramelo, os 8,0% de álcool estão bem inseridos. Média carbonatação e corpo, e o final apresenta-se seco. 
E desta vez foi degustada acompanhada de queijo gorgonzola.

Ótima cerveja. 


Estilo:  Doppelsticke
Teor alcóolico: 8% ABV

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Anchor Porter

Essa Porter produzida pela cervejaria americana Anchor está ideal para um dia como hoje! Faz frio aqui em Valinhos e esta cervejinha é uma boa companhia.

Hoje também é 4 de julho, dia da independência daquele país, que traz as cervejas artesanais como uma grande tradição cultural.

A cerveja Porter, segundo algumas histórias nasceu nos portos no Reino Unido e os trabalhadores do porto bebiam logo pela manhã. Se de fato é história ou lenda, não sei, mas faz dela uma cerveja mais interessante.

Sobre a cerveja, essa é uma Porter americana e como tal, é ligeiramente diferente de uma Inglesa, essa no  meu ponto de vista seria uma Robust Porter, devido à presença de algumas notas sensoriais aromáticas de lúpulo.

Aparência: de coloração escura muito intensa, praticamente preta, com um colarinho bege de boa duração (ficou até o final do copo).

Aroma: a primeira percepção dessa bebida é o torrado, porém no aroma é possível perceber a presença de uma nota fresca de lúpulo.

Sabor: no sabor a presença do malte torrado se torna muito evidente, lembrando para mim cacau e um amargor de médio a moderado. É medianamente encorpada e a carbonatação é baixa.

Final: possui um final mais maltado, sem ser doce, deixa um amargo no final.

Uma cerveja bastante agradável, fácil para ser tomada, sem dúvida uma prova de que quando os Americanos querem fazer boas cervejas, eles fazem.

Estilo: Robust Porter
Teor alcoólico: 5,6% (ABV)