Continuando com as cervejas, essa semana temos uma de respeito, produzida na Abadia de Scourmont, a Chimay é feita em três estilos, sendo a "branca" a tripel.
Os mais puristas e fãs da lei da pureza podem não gostar do fato dessa cerveja ter açúcar em sua composição, mas sem dúvida esse é um dos segredos dela ser tão agradável para ser bebida, com um corpo na medida ideal.
A Chimay Blanche tem 8% de álcool por volume o que sem dúvida pede o nosso respeito pela cerveja, mas devido ao seu equilíbrio esse álcool pode passar despercebido pelos bebedores mais afoitos.
A taça é um charme à parte, com um pequeno gerador de espuma que mantém a sua cerveja sempre como se tivesse acabado de ser colocada no copo.
Na minha opinião, a riqueza aromática é tão complexa que deixar de pelo menos tentar escutar o que essa bebida tem para nos contar parece um erro, mas quem sou eu para decidir como você deve beber a sua cerveja.
Aqui vou apenas tentar descrever um pouca da experiência que ela me passou...
Aparência: seria um âmbar claro ou um dourado escuro, uma espuma num tom de bege bem claro, e de excelente persistência (até o último gole).
Aroma: o mais característico conforme a temperatura dela aumenta são o cravo e o frutado (para mim banana), percebi algumas notas herbáceas que são difíceis de serem separadas o que é do lúpulo e o que é do fermento (compostos fenólicos).
Sabor: a presença dos compostos de fermentação, que lembram cravo e pimenta são marcantes, quando a temperatura aumenta esses compostos saltam na boca, baixa presença de malte, apenas como um leve dulçor. Corpo médio/alto e alta carbonatação.
Final: uma cerveja que apresenta um final seco, sem ser adstringente, um pouco quente do álcool e que pede mais um gole e por isso mesmo uma cerveja fácil de beber, mesmo com o elevado teor alcoólico.
A minha opinião é bastante simples, sou um fã das cervejas belgas e essa sem dúvida é um grande "exemplar da raça", as leveduras belgas fazem mágica e nessa cerveja mostram isso claramente (obviamente as centenas de anos de experiência dos monges produzindo essas bebidas ajuda imensamente).
O meu único porém foi ter trazido apenas uma garrafa de cada uma delas para casa, ainda bem que esta pode ser facilmente encontrada em terras brasileiras.
Um comentário:
A Chimay é com certeza a minha cerveja favorita. Tive a oportunidade de visitar a cidade (de quem a cerveja herdou o nome) e de conhecer a abadia, por fora (já que a entrada na fábrica é proibida, pelo menos na época em qe eu fui). Almocei em um dia nevado num restaurante a 500m da abadia, que só serve pratos planejados para cada um dos três tipos de Chimay. Também encontrei um vilarejo que deveria ter algo entre 10 e 20 famílias, mas que tinha um simpático restaurante que servia Chimay com petiscos deliciosos. Quando provo uma Chimay ela é pra mim neve, boa comida, pessoas amigáveis que nunca vi e nunca mais verei e, é claro, boa companhia, já que pude compartilhar tudo isso com minha grande paixão e companheira. É um passeio único e eu recomendo muito! Quanto à Chimay, a Bleue (rótulo azul) é a minha favorita.
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